Inovação além da porteira: As possibilidades tecnológicas para o campo em destaque na FAVESU 2024
Publicado em: 07 Jun 224

O painel do Agronegócio abrigou a palestra magna no segundo dia da Favesu 2024, com o tema “Inovação além da porteira”, ministrada pelo engenheiro agrônomo e CEO da Startaup Connection, Bruno Dupin Gaspar.
No painel, que contou com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o especialista em tecnologia apresentou uma série de possibilidades capazes de impactar nos negócios do campo de forma muito positiva.
Ele apontou as vantagens do Brasil para chegar “além da fronteira”, alcançar mercados internacionais. ”O Brasil tem alguns fatores bem interessantes que nos diferenciam de outros países. Nós temos mais de uma safra por ano. Em áreas irrigadas, por exemplo, chegamos a ter até quatro safras por ano. Isso nos permite sair na frente. A gente testa muito mais que os Estados Unidos, por exemplo”, contou.
Além da quantidade de experimentos, outra vantagem apontada pelo palestrante está na diversidade desses testes. “O Brasil lidera hoje a produção de soja, vem expandindo de forma significativa a produção de milho e em algumas outras commodities. Temos uma área muita expressiva para fazer testes, com condições bastante diferenciadas de clima, de relevo e de solo”, completou.
Velocidade da inovação
Mais uma vez, a distância entre a velocidade da evolução tecnológica e a capacitação de pessoas foi apontada como principal desafio do agronegócio, da mesma forma que ocorre em outros setores produtivos.
“Apesar das muitas iniciativas privadas e públicas para alavancar a capacitação de pessoas, a evolução tecnológica atingiu um pico em que ela ocorre exponencialmente. E teremos ainda que entender como fazer para minimizar esse gap”, disse.
E ele complementou citando uma possibilidade para diminuir esse distanciamento. “Talvez tenhamos que fazer igual a China fez na forma de circular o dinheiro. Lá eles pularam direto do sistema de células para o QR Code, sem passar pelo cartão de crédito. Provavelmente tenhamos que fazer a mesma coisa: pular uma tecnologia que está no meio do caminho para alcançar as inovações de ponta”, detalhou o CEO.
Apoiadores
A Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes) esteve presente ao evento representada por seu presidente Júlio Rocha. O gestor destacou um dos obstáculos culturais que precisam ser vencidos no agronegócio: a necessidade dos pequenos produtores entenderem o processo de sucessão familiar.
“A sociedade brasileira ainda é muito conservadora. E a maior parte dos gestores, que estão ficando com mais idade, se sentem receosos de perder seu patrimônio para os mais jovens, que absorvem facilmente as mudanças tecnológicas. E na verdade, o que precisamos fazer é justamente integrar os saberes, unir a experiência de mercado dos gestores com mais vivência à facilidade de inovar dos mais jovens”, apontou o presidente a Faes.
Reiterando o tema acerca das barreiras que ainda precisam ser quebradas pelo mercado, o superintendente adjunto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fabrício Gobbo. “Precisamos ampliar nosso conhecimento a cada dia e também a acessibilidade a esse saber. Hoje temos ainda no Espírito Santo comunidades isoladas, que não utilizam as tecnologias mais modernas que estão chegando ao mercado. Então nosso desafio e trazer tecnologias viáveis para nosso produtor rural”, afirmou.
Gobbo disse ainda que a expectativa para os próximos anos é muito boa, uma vez que está sendo realizado um esforço conjunto pelas entidades privadas e também pelo poder público, no sentido de unir academia, produtores e empresas processadoras de produtos. “E isso deverá garantir uma aceleração na quebra de barreiras do agronegócio, incluindo a ampliação do acesso às inovações”, finalizou o superintendente.
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